quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Tratos culturais

Controle de plantas daninhas

Na fase inicial, de estabelecimento da lavoura, as plantas de pinhão-manso são suscetíveis à concorrência com as plantas daninhas. Estas competem com a cultura por água e nutrientes, prejudicando o bom desenvolvimento da árvore jovem e sua produção.

O controle das plantas daninhas em volta das plantas pode ser feito com capina manual ou com uso de herbicidas.

Nas entrelinhas, bastará roçar para manter o mato baixo. Esse mato ajudará a proteger o solo contra a excessiva insolação e o impacto de gotas d’água, que provocam erosão.

Satrunino et al. (2005) recomendam que outras espécies de plantas da família Euphorbiaceae (mamona, amendoim-bravo, etc.) sejam erradicadas da área, pois podem ser hospedeiras de pragas e doenças que atacam o pinhão-manso.

Com o crescimento, as plantas de pinhão-manso farão o sombreamento necessário para manter sob controle a população de plantas daninhas. Com a lavoura já desenvolvida, será necessário manter capinada a área de 1,0 metro de cada lado da linha, para facilitar a catação de frutos de caem.

O espaço central, entre as linhas, pode ser limpo com a aplicação de herbicida, para reduzir a necessidade de mão-de-obra.

Poda

Três meses após o plantio, recomenda-se fazer a poda das plantas, que estarão com cerca de 1,0 metro de altura e, geralmente, com 2 a 3 ramos partindo da base da planta.

Essa poda deve ser feita na altura de 50 cm, cortando o broto terminal de todos os ramos, para induzir a ramificação da planta a partir da base. Com o crescimento de maior número de ramos secundários, a produção de ramos novos e de frutos é maior.

Na Índia, é feita a poda das árvores para manter a altura de 2,0 metros, o que facilita a colheita manual. Como a frutificação ocorre na ponta de cada galho, não vemos a vantagem da poda. Sem a poda ocorre a frutificação também no alto, e é possível chacoalhar e recolher os frutos em uma lona estendida no chão. Isto nos parece mais aconselhável para o aumento de produção por planta.

Irrigação

No Brasil, sem irrigação, o pinhão-manso cresce, floresce e frutifica durante os meses de chuva e a colheita vai de janeiro a julho. Depois, vem o repouso vegetativo e rebota com a volta das chuvas. É uma planta adaptada às regiões secas, possuindo um caule capaz de armazenar bastante água, para sobreviver nos períodos secos. Mas nessas condições, ocorre queda na produção de sementes.

O pinhão-manso responde bem á irrigação, com aumento da produtividade.

Drummond et al. (1984) citado por Saturnino et al. (2005) relata que plantas de pinhão-manso, conduzidas sob irrigação por sulco, no norte de Minas Gerais, produziram 2500 kg de sementes/há, com 18 meses de idade; enquanto que plantas com a mesma idade, conduzidas em condições de sequeiro na região de Felixlândia (região central de Minas Gerais) produziram apenas 500 kg de sementes/há.

O pinhão-manso não se desenvolve bem em solos excessivamente úmidos. Além disso, o clima seco aumenta o teor de óleo das sementes. Por isso, é preciso planejar bem os turnos de rega, para atender às necessidades da planta, mas sem excesso. O turno da rega varia de acordo com o tipo de solo. Satrunino et al. (2005) sugerem que 3 a 4 irrigações por mês, durante o verão, são suficientes para estimular o crescimento e aumentar a produção das plantas.

A escolha do sistema de irrigação depende das condições locais, como disponibilidade de água, tipo de solo, topografia do terreno e capital disponível para o investimento. Podem ser usados, por exemplo, sulcos de irrigação, gotejamento e microaspersão.

O gotejamento é bastante indicado, pois permite maior controle da quantidade de água e facilita a aplicação de adubos ( fertirrigação).

O uso de cobertura morta debaixo das plantas e nas entrelinhas é recomendável, pois diminui a perda de água no solo, conservando sua umidade e reduzindo a necessidade de irrigação.