Peixoto (1983), citado por Saturnino et al. (2005), afirma que poucos insetos atacam o pinhão-manso, pois o látex produzido pela planta é cáustico e os repele. No entanto, tem sido relatada a ocorrência de algumas espécies nos cultivos em várias partes do mundo.
Alguns fatores que interferem na ocorrência de pragas e doenças, ou seja, na resistência das plantas, são a idade da planta, seu estado nutricional, a época do ano, as condições do clima e a presença de plantas hospedeiras (Saturnino et al., 2005).
Como em qualquer cultivo, as pragas devem ser combatidas e as doenças controladas, a fim de alcançar boa produção.
Pragas
• Formigas
As formigas saúva e rapa-rapa são as que mais atacam o pinhão. Atacam principalmente as mudas novas. A rapa-rapa come a casca das plantas. Dessa forma, há ocorrência de muitas falhas no plantio. Para evitar esse problema, recomenda-se fazer o plantio de mudas com seis meses de idade, que são mais resistentes. Também é preciso fazer o controle das formigas antes do plantio.
• Cigarrinha-verde (Empoasca sp.)
É uma praga que migra das pastagens e das plantações de milho, de sorgo e outras. Atacam as folhas, provocando o amarelecimento, seguido de endurecimento e ligeira curvatura para baixo. Também causa o abortamento de flores.
O controle deve ser feito com inseticidas sistêmicos.
• Ácaros
As espécies de ácaros que atacam o pinhão-manso são:
• ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus); e
• ácaro-vermelho (Tetranychus sp.).
O ácaro-branco ataca brotações novas e a folha fica com aspecto de papel crepom. Ataca a ponta da planta e encrespa as folhas, inibe o desenvolvimento das folhas e as inflorescências, paralisando seu crescimento. Na época seca, o ataque é mais grave.
O controle é feito pela pulverização de enxofre em pó.
O ácaro-vermelho ataca as folhas mais velhas. Na época da seca, causa o amarelecimento e a queda prematura das folhas.
O controle do ácaro-vermelho é o mesmo usado para o ácaro-branco.
• Tripes (Selenothrips rubrocinatus)
Atacam as folhas completamente desenvolvidas, dando-lhes um aspecto branco-prateado. As larvas são avermelhadas e formam colônias, aparecendo manchas rubras nas folhas. O adubo tem coloração preta e corpo fino. Em infestações intensas, ramos, flores e frutos podem ser atingidos, causando desfolha e definhamento de frutos e sementes.
O controle do tripes pode ser feito com inseticidas carbamatos sistêmicos, apliacados no solo, ou com inseticidas pulverizados nas plantas.
• Cupim
Os cupins chegam a derrubar a árvore. É curioso que eles atacam em linha e não as plantas de outras linhas.
A planta atacada é retirada e as danificadas são cortadas. Aplica-se um produto culpicida no solo, para combater os cupins. Após a eliminação da praga, a planta pode ser replantada no mesmo local. Como os ramos tem facilidade de enraizar, a planta logo se recupera e solta novas brotações.
• Percevejos (Pachycoris spp.)
Os percevejos adultos do gênero Pachycoris tem cor verde com pintas avermelhadas ou alaranjadas. As ninfas (fase imatura) tem cor verde-azulada metálica. As ninfas e os percevejos adultos sugam os frutos. Pode ocorrer aborto prematuro dos frutos.
O percevejo deve ser combatido imediatamente, pois seu ataque em colônias, com seus filhotes crescidos e multiplicados, afetam a formação de albúmen.
Pode ser usado o controle biológico, com fungos entomopatogênicos e com a vespa Telenomus Pachycoris.
• Outras pragas
Outras pragas de menor importância que ocorrem no pinhão-manso são:
• Gafanhotos (comem folhas)
• Esperanças (comem folhas)
• Broca-das-hastes (faz galerias nas hastes)
• Larvas minadoras (fazem galerias nas hastes tenras)
Observação;
Doenças
• Oídio ou mofo-branco (Oidium hevea)
É um fungo que ataca as partes verdes da planta, podendo causar desfolha e chochamento dos frutos. Ocorre, geralmente, na época da seca. Por isso não causa muitos problemas, pois seu coincide com a época de desfolha natural das plantas.
O controle pode ser feito com pulverização de enxofre em pó ou com a receita natural, descrita a seguir:
--- misturar
• Gomose (Phytophthora sp.)
É um fungo que ataca a base do caule, com sintoma de podridão mole, que exsuda liquido de odor característico, e os tecidos afetam ficam escuros. Ocorre amarelecimento, murcha e queda de folhas. Num segundo momento, ocorre morte descendente de ramos.
Esta doença pode ser controlada com a aplicação de sulfato de cobre na superfície do caule atacado.
• Ferrugem (Phakopsora jatrophicola)
Esse fungo causa ferrugem nas folhas e pode provocar a desfolha das plantas.
• Viroses
O pinhão-manso pode ser atacado por vírus que atacam a mandioca.
Caldas para controle de pragas e doenças
As caldas tem como objetivo aumentar a resistência das plantas. Elas são ricas em substâncias oligo-minerais, como é o caso das caldas Bordalesa, Sulfocálcica, Viçosa, etc, ou de substâncias orgânicas, como os biofertilizantes, o supermagro, entre outros.
• Calda Viçosa
A calda Viçosa consiste de uma variação da calda Bordalesa. Ela é a calda Bordalesa mais os micronutrientes, zinco, magnésio e boro e o macronutriente nitrogênio.
TABELA 8.1 – Fórmula básica para 100 tipos de água
Sais ou fertilizantes | Quantidade |
Sulfato de cobre | |
Cal hidratada | |
Sulfato de zinco | |
Sulfato de magnésio | |
Ácido bórico | |
uréia | |
A quantidade de cal pode variai de acordo com o seu poder de neutralização.
RECIPIENTE A – Metade do volume deve ser completado com água, onde são dissolvidos os sais de cobre, zinco e magnésio, o ácido bórico e a uréia.
RECIPIENTE B – Metade do volume deve ser completado com água, misturando-se a cal até formar-se um “ leite de cal “.
O preparo da calda Viçosa deve ser em recipiente de material plástico, cimento, cimento amianto ou madeira. Não se deve utilizar recipientes de ferro, latão ou alumínio.
Despeja-se o conteúdo do recipiente (A) sobre o do (B), agitando fortemente para que se forme uma boa suspensão. Não verter na ordem inversa as soluções.
O pH da calda deve ficar entre 6,5 e 7,0 para não afetar o aproveitamento dos nutrientes. A cor da calda nesse pH é azul-celeste.
A calda Viçosa deve ser aplicada no mesmo dia da sua preparação, usando um pulverizador.
• Calda Sulfocálcica
A calda Sulfocálcica tem ação fungicida, inseticida e acaricida. Ela é feita a quente, em recipiente de metal. O volume do recipiente deve ser o dobro do volume da calda a ser preparada. Para o preparo de
A concentração ideal da calda é de
A dosagem recomendada para o período vegetativo é de
A aplicação da calda Sulfocálcica deve ser feita sempre em períodos frescos, para evitar queimaduras na folhagem.
Em épocas muito quentes, é recomendável aumentar a diluição com água, uma vez que temperaturas altas aumentam a sua efetividade. Com temperaturas muito elevadas, é recomendável suspender as aplicações da Calda Sulfocálcica.
Durante a floração, aplicar a Calda Sulfocálcica apenas para culturas que tolerem enxofre, nessa época devendo, normalmente, ser empregada após a fecundação das flores.
Fazer aplicação com alto volume e alta pressão (acima de
• Supermagro
O supermagro é o produto da fermentação de estercos animais, enriquecidos com micronutrientes e outros produtos de origem animal, obtendo-se um biofertilizante para aplicação foliar nas plantas.
Em
•
•
•
•
Misturar e deixar fermentar por três dias.
A cada cinco dias, deve-se dissolver um dos sais em dois litros de água morna e juntar com
TABELA 8.2 – Sais minerais
Ordem | Sais minerais | Quantidade |
1 | Sulfato de zinco | |
2 | Sulfato de magnésio | |
3 | Sulfato de manganês | |
4 | Sulfato de cobre | |
5 | Cloreto de cálcio | |
6 | Bórax ou ácido bórico | |
7 | Cofermol. ( Co,Fé e Mo | |
O sulfeto de zinco e o bórax ou ácido bórico devem ser divididos em duas vezes.
TABELA 8.3 – Ingredientes complementares
Ingredientes | Quantidade |
Farinha de osso | |
Restos de peixes | |
Sangue | |
Restos moídos de fígado | |
Após adicionar todos os sais, deve-se completar o volume para
A aplicação do supermagro deve ser feita na concentração de