
Produção de mudas a partir de sementes
Em qualquer cultivo, a produção das sementes afeta diretamente a produção.
Como se trata de uma planta de fecundação cruzada, feita por insetos, a multiplicação por meio de sementes resulta em muita variabilidade entre as plantas.
Algumas árvores apresentam boa ramificação desde a base e outras mostram melhor ramificação na parte superior. A quantidade de frutos que se formam na ponta de cada ramificação é diferente em cada planta. O resultado da primeira inflorescência é quase sempre menor, melhorando a partir da segunda inflorescência, quando a umidade do solo é mais constante. Podem ser observadas árvores com
A produção é o resultado de multiplicação do número de ramos, ou galhos, no momento de cada inflorescência, pelo número médio de frutos em cada galho. Dessa forma as sementes devem ser colhidas somente das àrvores-mães que apresentam melhor ramificação e bom número médio de frutos por cacho.
Devem ser selecionadas sementes bem desenvolvidas. Há referências de que as semente precisam de alguns dias de repouso, após a colheita, para quebrar a dormência e melhorar a germinação. No entanto, não é preciso fazer nenhum tratamento especial para quebra de dormência. A porcentagem média de germinação é de 80%.
Não é aconselhável a aquisição de sementes catadas de árvores que o vendedor não consegue identificar suas características básicas.
A Produção de mudas em saco plástico é um sistema de produção de mudas mais oneroso e mais trabalhoso, porém as mudas transplantadas sofrem menos estresse.
Esse método aumenta a taxa de pegamento e acelera o crescimento inicial das mudas.
Os passos para produção de mudas em sacos plásticos são descritos a seguir.
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b ) Dimensões dos sacos plásticos
• Para mudas de 30 dias :
• Para mudas de 60 dias :
c ) Ensacamento de substrato nos sacos plásticos
Encher e socar bem, para que a borda do saco não se dobre e impeça a boa irrigação.
d ) Semeadura
Depositar uma semente em cada saco, no sentido horizontal, a
A emergência começa com
Nesse sistema, para o plantio de
IMPORTANTE. Não cobrir o viveiro. O pinhão-manso gosta e necessita de sol.
e ) Irrigação
• Até o 10° dia : duas vezes por dia, às 9 h às 16 h.
• Manter a terra bem molhada nesta fase.
• A germinação começa no 5° dia após a semeadura.
• Depois do 11° dia até 20° dia : uma vez por dia, às 9 h.
• O excesso de água depois de 10 dias poderá induzir ao crescimento exagerado e produzir mudas estioladas, que se tornarão árvores estioladas, com pouca ramificação inicial. A baixa ramificação afeta a produtividade da planta.
• Do 21° até o transplante : molhar o suficiente para não murcharem as mudas.
• Um dia antes do transplante : irrigar bem, de modo a diminuir o estresse das mudas com o transplante.
f ) Transplante
As mudas ficam prontas para o plantio, com cerca de 30 dias.
No campo, é preciso rasgar e remover o saco plástico no local de transplante.
Cultivo de mudas de raízes nuas é o método mais simples, mas necessita de área maior.
a ) Preparo dos canteiros
Os canteiros para germinação das sementes podem ser preparados com a própria terra do local. Nesse caso, a terra deve ser boa, não pode ser argilosa ( pesada ) e deve ter boa fertilidade. Se não apresentar essas características, pode ser acrescentada uma parte de areia e ser feita uma adubação básica com esterco ou composto orgânico. Arar ou cavar até a profundidade de
É preciso que a terra esteja bem solta. A largura dos canteiros deve ser de
b ) Semeadura
As sementes devem ser colocadas à distância de
c ) Irrigação
A recomendação de irrigação é a mesma usada para o sistema de produção em sacos plásticos.
d ) Transplante
As mudas podem ser transplantadas quando tiverem de
Elas são retiradas do canteiro e devem ser envoltas em sacos de aragem molhados, várias de uma só vez. Há autores que recomendam a desfolha logo após o arranquio das mudas, para evitar que percam água pelas folhas. Para isso, utiliza-se canivete ou tesoura de poda, cortando-se o pecíolo a uma distância de
Recomenda-se que sejam transplantadas de imediato.
Se não for feita a desfolha, as mudas perderão as folhas após o transplante, mas rebrotarão em seguida.
O transplante deve ser feito em dias nublados ou chuvosos.
Mudas em tubetes, Saturnino et al. (2005) relatam a viabilidade do uso de tubetes de 120 ml, com substrato comercial, para a produção de mudas de pinhão-manso.
O uso de tubetes, contendo uma mistura especial de substratos (encontrada no mercado) possibilita melhor crescimento e desenvolvimento da muda e concentra a produção em uma área menor de viveiro, propiciando maior economia de insumos e de mão-de-obra.
Produção de mudas a partir de estacas
A estaquia é uma técnica que tem sido usada para reproduzir o pinhão-manso, por causa da facilidade de enraizamento e da abundância de ramos nas plantas.
As mudas cultivadas a partir de sementes tem raiz pivotante, que se aprofunda no solo, em busca de água e nutrientes, enquanto que as mudas de estacas não tem esse tipo de raiz. Portanto, tecnicamente, as mudas de estacas não seriam recomendáveis para regiões de clima seco ou de ventos fortes, porque as raízes são superficiais.
O ideal é formar as mudas em um mês antes do início do período chuvoso, para estarem prontas para o transplante com a chegada da época chuvosa. Todavia, para economizar trabalho, as estacas poderão ser cortadas das matrizes no início das chuvas e fincadas no solo diariamente.
As plantas obtidas por estacas, que são clones da árvore mãe, seguem o ciclo e o cronograma de inflorescência da árvore mãe.
A vantagem e a desvantagem de mudas de estaca é a continuação genética de 100% das características de sua mãe. Portanto, é importante escolher somente árvores mães com boa produção.
As estacas podem ser retiradas de ramos lenhosos com um ou dois anos, de plantas matrizes que tenham boa ramificação, alta produtividade e estejam livre de pragas e doenças. Os melhores ramos são aqueles mais próximos da base do tronco, retos, com diâmetro mediano, casca lisa, acinzentada e brilhante. Os entrenós devem ser curtos as gemas salientes.
O comprimento das estacas pode ser de
As estacas devem ser cortadas com ferramenta bem afiada, sem apoiar em nada, para evitar o esmagamento. Após cortadas, as estacas devem ser colocadas com o pé para cima, para que o látex coagule, formando uma borda, de onde sairão as primeiras raízes (Saturnino et al., 2005).
As estacas podem ser colocadas para enraizar em leito de areia, antes de serem plantadas no campo; ou podem ser plantadas diretamente no local definitivo. Saturnino et al. (2005) citam o grande volume de material necessário para o estabelecimento de uma lavoura, como o principal inconveniente do uso de estacas.
Produção a partir de mudas clonadas
Futuramente, as mudas clonadas, ou seja, produzidas por meio da cultura de tecidos, poderão estar disponíveis. Essa técnica tem como vantagens a necessidade de menor quantidade de material vegetativo e a produção de mudas livres de pragas e doenças, dentre outras. No momento, para utilização dessa técnica, ainda falta a identificação da árvore matriz, chamada de super-matriz ou árvore elite, que apresente :
• alta produtividade
• resistência contra seca
• resistência contra doenças e pragas
• alto teor de óleo
• baixa toxidez ; dentre outras características.
Produção a partir de semeadura direta
Assim, recomenda-se a checagem prévia do índice de germinação das sementes. Para isso, basta semear 100 unidades e contar quantas germinaram. O índice de germinação deverá estar acima de 90% (90 sementes em 100).
As formigas cortadeiras e o veranico no momento de germinação são os principais riscos nesse sistema de plantio. As folhas não apresentam a toxidez, que afasta os insetos cortadores, até o 10° dia após a germinação.
Para ajudar a resolver o problema de falhas, semear uma unidade em cada cova de №
Outra opção é semear duas sementes em cada cova. Neste caso, depois de 30 dias, poderão ser retiradas mudas de raízes nuas para serem transplantadas na área de menor extensão.