quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Aspectos botânicos da planta

O pinhão-manso é uma árvore da família Euphorbiaceae, a mesma família da mamona. Pode chegar a altura de 6 a 12 m, com diâmetro do tronco acima de 20 cm, contendo látex. A superfície do tronco é lisa e esverdeada. Tem lenha pouco resistente e a medula é bastante desenvolvida.

A ramificação pode ocorrer desde a base e se bifurca, normalmente, desde a florescência. Os ramos tem cicatrizes que se formam por causa da queda das folhas.

As folhas novas tem a cor vermelho-vinho, mas se tornam verdes ao crescer. Elas caem na época de seca ou na estação fria e a planta entra em repouso. No começo da primavera ou da época das chuvas, a planta rebrota e termina o período de repouso.

Junto com as folhas novas, surgem as inflorescências. As flores são brancas e formam buquê, com 10 a 20 flores femininas e mais de 50 masculinas. As flores femininas tem pedúnculo longo, isoladas e se localizam nas ramificações. As flores masculinas tem 10 estames, 5 unidos na base e 5 unidos na coluna, localizando-se nas pontas das ramificações.

Como em outras Euphorbiaceas, no pinhão-manso a primeira inflorescência é cimeira, surgindo na ponta do ramo principal. Assim que essa inflorescência começa a crescer, dois novos ramos desenvolvem-se a partir dela. A gema apical de cada ramo secundário transforma-se na inflorescência cimeira secundária, a partir da qual formam-se dois ramos terciários. Dessa forma, sucessivamente, vão sendo formados os ramos e as florescências. Assim, o número de ramos aumenta, teoricamente, em progressão geométrica. Se a planta começar com uma haste, na primeira fase de florescimento ela passará para dois ramos, e depois para quatro ramos. Se começar com quatro hastes primárias, passará para oito, e depois dezesseis hastes. Essa progressão pode não ser tão precisa, porque alguns ramos secundários podem morrer ou, simplesmente, não germinar.

Um maior número de hastes primárias significa maior produção de frutos. Para a reprodução da planta, é importante selecionar como matrizes aquelas que, naturalmente, apresentam maior número de hastes baixeiras.

As flores de uma mesma inflorescência abrem-se em dias diferentes. A flor feminina da primeira bifurcação do cacho abre em primeiro lugar, depois vão se abrindo as flores situadas acima da primeira. Desde que a primeira flor feminina desabrocha, as outras vão abrindo diariamente. Numa mesma inflorescência, a maioria das flores femininas abre primeiro que as masculinas, o que favorece a polinização cruzada. A duração da abertura da primeira flor feminina até a última é de 20 dias aproximadamente. Depois da abertura, as flores femininas permanecem receptivas para a polinização por três dias. No quarto dia, as flores que não foram fecundadas caem. Uma planta pode ter várias floradas, dependendo da duração do período úmido. Em regiões úmidas o ano todo, ou sob irrigação, a planta pode florescer o ano todo. Em locais com período seco definido, sob condições de sequeiro, como, a média é de quatro floradas por ano.

A polinização das flores é feita por insetos, principalmente por abelhas, formigas, vespas e moscas, dentre outros.

O desenvolvimento do frutos acompanha a ordem de surgimento das flores. Os frutos fecundados mais tarde continuam seu desenvolvimento depois do amadurecimento dos primeiros frutos de um cacho.

O fruto é do tipo cápsula, carnudo e amarelado, com formato arredondado, diâmetro de 3 cm, aproximadamente, contendo 3 sementes pretas, normalmente. Podem existir frutos com 1, 2 ou até 4 sementes. Alcançam o máximo do desenvolvimento num período de dois meses.

A semente apresenta tegumento escuro e rijo e possui na parte superior uma excrescência carnuda, a carúncula. A amêndoa, que fica abaixo do tegumento, é uma massa branca ( albúmen) rica em óleo. O teor de óleo na semente varia de 50% a 57% do seu peso. Os frutos formados na condição de pobreza de nutrientes e umidade podem apresentar sementes com pouca, ou quase nenhuma massa. Isto se observa, principalmente, nos frutos de última inflorescência, que ocorre no início da seca.

As plantas começam a produzir desde o primeiro ano, durando até mais de 50 anos.