Várias espécies de plantas oleaginosas podem ser usadas para extração de petróleo, que será transformado
Tabela 1.1 – Teor de óleo em plantas oleaginosas
Espécies oleaginosas: Teor de óleo
Pinhão-manso: 30% a 40%
Soja: 20%
Girassol: 42% a 45%
Mamona: 45% a 60%
Algodão: 13% a 32%
Dendê: 20%
Existem pesquisadores que consideram o Brasil como o país de origem do pinhão-manso, em virtude de navegantes portugueses terem levado suas sementes colhidas no Brasil para África, Ásia e suas ilhas no Atlântico. No entanto, é mais confiável considerar o México como o país de origem e os índios, que migraram da América do Norte para a América do Sul há mais de 10.000 anos, como os responsáveis pela sua distribuição do México até a Argentina, incluindo o Brasil. Depois do descobrimento do Brasil, os marinheiros portugueses contribuíram para a expansão de diversas plantas colhidas no Brasil, dentre elas o pinhão-manso.
O pinhão-manso é encontrado em todas as regiões tropicais, temperadas e, em menor escala, nas frias.
A denominação científica em grego “Jatropha“ significa medicamento. De fato, sua semente era utilizada como vermífugo ou purgante de animais. O pinhão-manso é conhecido também como pinhão-branco, purga de porco, pinhão do Paraguai, etc. O povo reconhece o poder cicatrizante de sua seiva ou leite que sai do caule ao machucá-lo.
Embora, nas últimas décadas, o óleo de pinhão-manso tenha sido usado pelas suas propriedades medicinais, no passado era usado para iluminação, em lamparinas, candeeiros e na iluminação pública de cidades, inclusive do Rio de Janeiro. A vantagem é que se trata de um óleo sem cheiro e que queima sem fazer fumaça.
O alto teor de óleo, cerca de 33% na extração mecânica e 38% na química, e suas características físico-químicas apontam o pinhão-manso como uma das excelentes matérias-primas para a produção de biodiesel.
Trata-se, também, de uma planta rústica, que se adapta a várias condições de clima e solo, é resistente a seca e pouco atacada por pragas e doenças. Também tem a vantagem de ser uma planta perene, que produz por mais de 40 anos. Dessa forma, não precisa ser plantada todo ano.
No Brasil, o pinhão-manso é encontrado em todas as regiões, adaptando-se às mais diversas condições edafoclimáticas. Mas somente nos últimos anos começou a ser cultivada comercialmente no país. Empresas de pesquisa agropecuária, universidades e empresas agrícolas de diversos estados brasileiros estão desenvolvendo trabalhos de pesquisa sobre o cultivo do pinhão-manso. Dessas pesquisa já resultaram alguns dados que indicam os parâmetros técnicos para seu cultivo. No entanto, as melhores técnicas para o seu cultivo ainda não estão definidas, havendo ainda dúvidas e interrogações.